A Revista Angolana de Ciências da Saúde como contributo para a investigação científica de Angola. Rev. Ang. de Ciênc. da Saúde. 2020 Jul – Dez; 1 (1): 1 -3
da obtenção de melhores resultados. Permitem que os tomadores de decisões e doadores avaliem o progressoem direcção aos objectivos pretendidos e melhores práticas 3 . Para McAllister 5 , a pesquisa deve enfocar-senas preocupações levantadas pelos países em desenvolvimento, eliminando não apenas a lacuna nasdisparidades dos níveis de saúde dentro dos países, mas também a de conhecimento entre o mundodesenvolvido e o em desenvolvimento.Deste modo, são numerosos os contextos em que os profissionais de saúde podem estar envolvidos nainvestigação, quer seja como pesquisadores, coordenando estudos ou como partícipe da equipa deinvestigação e/ou como utilizadores dos resultados de investigação.Outro senão, é que infelizmente as informações em saúde de alta qualidade não estão amplamentedisponíveis nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, como consequência, os resultados demaneira frequente não são medidos pelas organizações internacionais acabando por não se ter um realpanorama da situação de saúde 3 .Os dados falam por si, do levantamento quantitativo do número de revistas científicas existentes emAngola feitas por Chitumba 6 até Dezembro de 2020, do total de 17 revistas, 7 eram editadas por instituiçõespúblicas e apenas 2 estavam vocacionadas especificamente para a publicação de artigos científicos na áreade ciências da saúde. Atendendo que a essência da investigação é tornar público os resultados daliprovenientes, os dados acima apresentados dispensam comentários e levam-nos a uma reflexão profunda enecessidade clara e urgente de desenvolver a cultura científica como critério da verdade, com persistência econtinuidade, começando pela capacitação dos profissionais de saúde criando neles o gosto e o espírito depesquisa, afirmação sustentada por Bettencourt Mateus 7 . A exemplo, em alguns países a atenção que édedicada à investigação científica consta da avaliação dos profissionais de saúde como forma de incentivar apesquisa 8 .Dado o exposto, como contributo para a investigação científica no campo da saúde em Angola, com oobjectivo de atribuir maior facilidade de acesso a produção científica nacional e não só, bem como darvisibilidade as pesquisas elaboradas por profissionais de saúde, estudantes, docentes, investigadores, e nãosó, ajudando-os na tomada de decisão, no dia 30 de Julho de 2020, encabeçada por um docente da Faculdadede Medicina do Huambo da Universidade José Eduardo dos Santos. Uma Equipa Multidisciplinar deProfissionais de Saúde Docentes e Investigadores nacionais, tornou pública a Revista Angolana de Ciênciasda Saúde adiante designada por RACSaúde.A Revista Angolana de Ciências da Saúde é uma revista revisada por pares, que adopta no seu processoeditorial padrões internacionais de instituições idóneas. A RACSaúde tem como foco ser reconhecida comouma revista de ciências da saúde de grande impacto a nível nacional e internacional, dar a conhecer a Áfricae ao mundo a realidade da situação actual de saúde e os avanços na investigação, para além de promover apublicação científica da mais elevada qualidade.Nesta senda, pecaríamos profundamente se nos despedíssemos sem agradecer de forma especial atodos os profissionais de saúde, docentes, investigadores nacionais e internacionais que de forma pontual esem medir esforços aderiram ao convite para o embarque nesta grande viagem.Dado o contexto e por decisão editorial, esta primeira edição ficou dedicada apenas para o lançamentodo presente editorial e de um resumo de dissertação de mestrado que trata sobre a Evolução da saúde emAngola, cobrindo o primeiro volume. Assim, nasce mais uma revista científica do campo das ciências da saúde,como forma de contributo para a investigação científica nacional.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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RACSAÚDE – Revista Angolana de Ciências da Saúde. www.racsaude.com