………… .ARTIGO ORIGINAL. ………….
Rev. Ang. de Ciênc. da Saúde. 2021 Jan – Jun; 2 (1): 9-18
Issn (Online): 2789 - 2832 / Issn (Print): 2789 - 2824
Equipa Multidisciplinar de Profissionais de Saúde, Docentes
e Investigadores Nacionais
Factores Associados à Insatisfação dos Médicos dos Hospitais de
Nível Terciário em Luanda, Angola
Factors Related
to the Dissatisfaction of Physicians of Tertiary-level Hospital in Luanda,
Angola
Tshimbalanga Merite1, Mauer Alexandre da
Ascenção Gonçalves1*,
Isaura da Conceição de Almeida Lopes1,
Pedro Magalhães1
1-
Departamento de Ciências
Fisiolôgicas da Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto, Luanda,
Angola. Orcid: 0000-0002-6642-010X
2-
Idem. Orcid: 0000-0001-9273-3321
3-
Idem. Orcid: 0000-0002-8994-3771
4-
Idem. Orcid: 0000-0003-2382-6422
* - Autor correspondente. Email: mauergoncalves@gmail.com
Doi: https://doi.org/10.54283/RACSaude.2789-2832.v2n1_2021.p9-18
Recebido: 03 de Maio de 2021 / Aceite: 06 de Junho de 2021 / Publicado: 30 de Junho de 2021
RESUMO
Introdução: Na
área de saúde, o grau de satisfação dos profissionais determina a qualidade de
serviço e a satisfação dos pacientes.
Objectivo: Avaliar
os factores associados à insatisfação em médicos que trabalham em unidades
hospitalares de nível terciário, em Luanda, Angola.
Material e Métodos:
Estudo transversal, com uma amostra de médicos das principais unidades
hospitalares de nível terciário do sector público em Angola. Utilizamos um
questionário adaptado de outros instrumentos validados. Usamos o teste
Qui-quadrado para analisar a relação entre a insatisfação profissional e as
variáveis demográficas e da vida profissional.
Resultados: De um
total de 164 participantes, a maior parte (83.5%) relatou a insatisfação
profissional, principalmente em relação à remuneração (92.7%), horas de
trabalho (89.6%), carência de meios de adequados (80.5%) e segurança pessoal
(62.8%). Verificou-se uma associação entre a insatisfação e as variáveis local
de trabalho, horas de trabalho, diferenciação profissional e área de
especialidade (P <0.05).
Conclusão: Os
resultados indicam uma elevada taxa de insatisfação profissional entre os
médicos dos hospitais de nível terciário em Angola, com particular realce para
os aspectos da vida profissional e segurança pessoal, o que sugere a
necessidade de atenção para as componentes social e profissional com vista à
melhoria da qualidade de serviço prestado pelos médicos.
Palavras-chave:
Insatisfação no trabalho, médicos, hospitais, Angola
ABSTRACT
Introduction: In
the health area, the degree of satisfaction of professionals determines the
quality of service and patient satisfaction.
Aim: To evaluate the factors
associated with dissatisfaction among physicians working in tertiary-level
hospitals, in Luanda, Angola.
Methods: Cross-sectional study
with a sample of physicians from main publics tertiary-level hospitals in
Luanda, Angola. A questionnaire adapted from other validated instruments was
used. The Chi-square test was used to determine the association between job
dissatisfaction and demographic variables and the professional’s
characteristics.
Results: From a total of 164
participants, most (83.5%) stated dissatisfaction, mainly about remuneration
(92.7%), working hours (89.8%), correct diagnoses resources (80.5%) and
personal security (62.8%). There was association of dissatisfaction with
professional characteristics, such as workplace, working hours, professional
differentiation and speciality area (P <0.05). Conclusion: The results
indicate a high rate of professional dissatisfaction among physicians of
tertiary-level hospitals in Angola, suggesting the need to achieve the social and
professional satisfaction for improvement of the quality of the services provided.
Keywords; Job dissatisfaction,
physicians, hospitals, Angola
INTRODUÇÃO
A satisfação profissional é
definida como uma sensação subjectiva do indivíduo em relação ao seu trabalho,
que consiste na diferença entre a quantidade de recompensas recebidas e a
quantidade que acredita que deveria receber1,2. Esta, pode exercer uma
grande influência sobre o trabalhador, afectando não apenas a sua saúde física
e mental, mas também atitudes, comportamento profissional, social e, ainda com
repercussões, tanto para a vida pessoal e familiar do trabalhador, assim como
para as organizações3,4.
Ao contrário
dos dados de estudos realizados na década de 90, os estudos mais recentes
revelam existir uma correlação razoavelmente alta entre a satisfação e a
qualidade de serviços de saúde prestados; contudo, esta correlação carece de
mais investigações e aprofundamentos5,6
Existe uma
relação positiva da satisfação profissional com a qualidade de vida dos
trabalhadores, assim como com a produtividade dos mesmos. Por essa razão tem
sido encorajada a assunção da responsabilidade por parte das organizações no
sentido de proporcionar aos seus empregados trabalhos desafiantes e
recompensadores, não só ao nível monetário, mas também ao nível do crescimento
profissional1,7
Em vários
países, a satisfação dos profissionais de saúde tem sido apontada como uma das
medidas da qualidade do sistema nacional de saúde e como principal pilar para o
seu desenvolvimento8. Por outro lado, os médicos insatisfeitos são menos
produtivos, pouco eficientes, e têm mais problemas de saúde, maior
probabilidade de ausências laborais injustificadas e de sofrerem de mais
problemas psicológicos, incluindo o Sindrome de burnout9,6.
Nas últimas
décadas, têm havido um aumento crescente da proporção dos médicos insatisfeitos
com o seu trabalho profissional e as consequências daí decorrentes têm merecido
uma maior atenção em todo o mundo. A crescente proporção de profissionais
médicos insatisfeitos com o próprio trabalho e as consequências decorrentes
dessa situação vêm recebendo muita atenção nas últimas décadas, a nível mundial10.
Por exemplo,
estudos realizados na Europa e na América têm revelado maior prevalência da
depressão, ideias suicidas e da Síndrome de burnout nos profissionais médicos
do que na população em geral. Esses estudos têm apontado, como principal causa
a insatisfação profissional decorrente da sobrecarga laboral e o excesso de
trabalho 11–14 Outros estudos demonstraram que uma redução do grau
de satisfação e do bem-estar dos médicos tem forte influência sobre a sua
diligência, assim como no seu funcionamento cognitivo e na relação
médico-paciente15,16.
Sabe-se que a
satisfação profissional é directamente proporcional à produtividade e,
inversamente, ao absentismo laboral e rotatividade de uma organização17. Por isso se considera que as motivações que
desencadeiam a saída do profissional médico de uma unidade de saúde, mesmo do
Sistema Nacional de Saúde, estão intimamente vinculadas às condições gerais
existentes para a realização de seu trabalho18. Neste sentido, tem sido indicado uma avaliação
mais criteriosa da satisfação do médico com o seu trabalho em âmbito local,
para identificar os factores determinantes e a sua gravidade, de modo a serem
definidas melhores estratégias de reversão dos mesmos19.
A
compreensão do fenómeno de insatisfação profissional dos médicos exige um entendimento
profundo das causas de base, e deve incluir também os factores a montante, tais
como a decisão da escolha do curso, o processo da formação, a escolha da
especialidade e o exercício da actividade clínica20,21. Em geral, considera-se a satisfação profissional
como o resultado da combinação entre os factores intrínsecos e extrínsecos. Os
factores intrínsecos são os que se relacionam com o próprio profissional, como
a sua preferência pelo tipo de trabalho que exerce; enquanto que os extrínsecos
estão relacionados com as condições de trabalho, a remuneração ou outros
aspectos similares como motivação de trabalho.
Em todo o
mundo, o estudo da satisfação profissional dos médicos é importante para uma
melhor gestão dos recursos humanos, em função da missão das instituições de
assistência sanitária. Isso torna-se capital, sobretudo nos países Africanos
onde é notável a carência de médicos em todas áreas, sendo que em alguns países
essa carência é crítica. Por exemplo, em Angola existe aproximadamente um médico
por cada 4000 habitantes, um número muito abaixo em relação ao preconizado pela
OMS (um médico por cada 1000 habitantes), estando, ainda assim, a maioria
concentrada em Luanda22–24.
Apesar disso,
são escassos os estudos sobre satisfação profissional dos médicos em África.
Por outro lado, estudos prévios em diferentes países africanos identificaram
baixo nível de satisfação nos profissionais médicos, tendo como principais
factores as condições de trabalho, a remuneração, o corpo administrativo e a
segurança no local de trabalho8,25–28. Sendo que em Angola não existem dados de estudos
divulgados sobre os factores associados à insatisfação profissional dos
médicos, o objectivo da presente pesquisa é de identificar os factores
associados à insatisfação profissional em médicos que trabalham nas unidades
hospitalares de nível terciário do sector público, em Luanda, Angola.
MATERIAL
E MÉTODOS
Realizámos um estudo transversal que incluiu os
médicos que trabalham em hospitais de nível terciário do sector público do
Sistema Nacional de Saúde de Angola, situados na cidade de Luanda, Angola. A
recolha de dados decorreu no período de Julho a Setembro de 2019 e o estudo foi
aprovado pela Comissão Científica do Departamento de Ciências Fisiológicas da
Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto, em Luanda
De acordo com a Lei de Bases do Sistema Nacional de
Saúde de Angola, o nível terciário é constituído por unidades sanitárias
encarregues de prestar assistência diferenciada polivalente ou de especialidade
à população, e integra os sectores público e privado. O sector público inclui o
Serviço Nacional de Saúde, os Serviços de Saúde das Forças Armadas e do
Ministério do Interior, assim como as unidades sanitárias de empresas públicas29. Com base na lei acima citada, as clínicas de
empresas como Endiama, Multiperfil e Sonangol também fazem parte do sector
público, apesar de terem gestão privada30. Um aspeto importante é que, na sua maioria, os funcionários
que trabalham no sector público são os mesmos que colaboram no sector privado.
No presente estudo, incluímos apenas os dados dos médicos que trabalham nas
principais instituições de saúde do
nível terciário do sector público no país, sendo: (i) cinco hospitais
pertencentes ao Serviço Nacional de Saúde (Hospital Américo Boavida, Hospital
Josina Machel, Hospital Pediátrico David Bernardino, Hospital Psiquiátrico de
Luanda e Maternidade Lucrécia Paim); (ii) um hospital pertencente às Forças Armadas
(Hospital Militar Principal de Luanda); (iii) três Clínicas de empresas
públicas (Clínica Sagrada Esperança, Clínica Multiperfil e Clínica Girassol).
Consideramos como unidades hospitalares do sector
público aquelas tuteladas pelo Ministério da Saúde; foram consideradas como
público-privadas os hospitais de empresas públicas que, apesar de pertencerem
ao sector publico, estão sob gestão de carácter privado. No total, estavam
registados 581 médicos que trabalhavam nas nove unidades hospitalares de terceiro
nível. Endereçámos uma carta à direcção de cada unidade hospitalar elegível
para solicitar a autorização da participação dos seus funcionários no estudo;
no entanto, apenas seis responsáveis responderam positivamente no prazo
estipulado, nomeadamente: Hospital Américo Boavida, Hospital Josina Machel,
Hospital Pediátrico David Bernardino, Hospital Psiquiátrico de Luanda,
Maternidade Lucrécia Paim e Clínica Sagrada Esperança. Foram convidados todos
os médicos, sendo que 167 concordaram em responder ao questionário. Cada médico
respondeu na instituição a que se encontrava vinculado em tempo integral. Cada
participante assinou o termo de Consentimento livre e esclarecido antes do
preenchimento do questionário.
Os dados foram recolhidos por autopreenchimento de
um questionário, adaptado dos utilizados em estudos similares8,15,31, o qual inclui as variáveis demográficas, a
caracterização profissional sob a forma de afirmações relacionadas com o grau
de satisfação profissional. Realizámos um estudo-piloto com 10 médicos de duas
instituições hospitalares, para aferir a qualidade do questionário mediante o
cálculo do coeficiente alfa de Cronbach, para avaliar a consistência interna do
questionário, e os valores variaram entre
0.53 e 0.78 (média de 0.70), o que considerámos como aceitável.
Não analisámos os questionários que continham menos
de 70% de respostas. Assim, do total de 167 questionários recebidos, excluímos
três por erros de preenchimento, sendo que a amostra final ficou constituída
por 164 médicos.
A satisfação profissional foi avaliada mediante a
afirmação “estou satisfeito”, em relação a cada item de vida profissional e que
inclui: local de trabalho, especialidade, carga horária, meios de diagnóstico,
segurança pessoal, liberdade de prescrição, remuneração e o desejo de escolha
do mesmo curso. ue os inquiridos assinalassem o seu grau de concordância com as
afirmações de satisfação em relação cada item acima mencionado utilizando a
escala de Likert com cinco alternativas (1= discordo totalmente; 2= discordo;
3= concordo pouco; 4= concordo; 5= concordo plenamente).
Para efeitos de análise, as alternativas de
respostas da escala de Likert foram agrupadas em duas categorias e em função
disso os participantes foram classificados como satisfeitos (respostas
correspondentes a escala de Likert 4 e 5), e insatisfeitos (respostas
correspondentes a escala Likert abaixo de 4). A satisfação global foi definida
como a atitude do profissional perante vários cenários propostos nas questões
efetuadas e foi calculada a partir da média dos valores atribuídos.
Tratámos e analisámos os dados por meio do software
SPSS, versão 25.0, onde calculámos as médias e desvios-padrão para as variáveis
quantitativas, e frequências absolutas e relativas, para as variáveis
qualitativas. Utilizámos o teste de Qui-quadrado para determinar a associação
entre a satisfação e as variáveis sociodemográficas e características
profissionais. Considerámos a diferença estatisticamente significativa para
valores de p menor que 0.05.
RESULTADOS
Participaram do presente estudo 164
médicos, o que corresponde a 28.2% da população de médicos das unidades
hospitalares em estudo. Do total de participantes, a maioria foi do sexo
feminino (61.6%). A média de idade dos participantes foi de 36 ± 8.4 anos, com
o predomínio de indivíduos na faixa etária dos 30 a 39 anos (50.7%). Na sua
maioria, os participantes eram casados e com um a dois filhos tutelados (tabela
1).
Tabela 1- Características
demográficas dos participantes (n=164).
VARIÁVEIS |
Nº DE INQUIRIDOS |
% |
|||
Sexo |
|
||||
Masculino |
63 |
38.4 |
|
||
Feminino |
101 |
61.6 |
|
||
Idade (anos) |
|
||||
≤ 39 |
100 |
72.5 |
|
||
≥ 40 |
38 |
27.5 |
|
||
Situação conjugal |
|
||||
Sem companheiro |
75 |
45.7 |
|
||
Com companheiro |
87 |
54.3 |
|
||
Nº de filhos tutelados |
|
||||
≤ 2 |
111 |
68.9 |
|
||
≥ 3 |
50 |
31.1 |
|
||
Na tabela 2,
apresentamos os dados sobre diferentes itens que compõem a satisfação
profissional de maneira global, e nota-se que mais de três terços dos
participantes (83.5%) relataram estar insatisfeitos profissionalmente. Com
excepção dos itens liberdade de prescrição, especialidade e carreira médica, a
maior parte dos médicos afirmaram estar insatisfeitos em relação aos restantes
itens, com maior predomínio para os itens remuneração (92.7%), horas de
trabalho (89.8%), meios de diagnóstico adequados disponíveis (80.5%) e
segurança pessoal (62.8%). Ao serem questionados se voltariam a escolher o curso
de Medicina, surpreendentemente quase metade dos médicos (42.7%) responderam de
forma negativa.
Tabela
2 - Satisfação
global e respostas aos diferentes itens da vida profissional (n =164).
|
SATISFEITO? |
|
ITEM |
SIM |
NÃO |
Segurança pessoal |
61 (37.2%) |
103 (62.8%) |
Remuneração |
12 (7.3%) |
152 (92.7%) |
Meios de diagnóstico |
32 (19.5%) |
132 (80.5%) |
Liberdade de prescrição |
113 (68.9%) |
51 (31.1%) |
Horas de trabalho |
17 (10.4%) |
147 (89.6%) |
Carreira médica |
94 (57.3%) |
70 (42.7%) |
Especialidade |
104 (67.1%) |
51 (32.9%) |
Satisfação global |
27 (16.5%) |
137 (83.5%) |
Tal como se pode observar na tabela 3, não houve uma
associação estatisticamente significativa entre as variáveis demográficas e a
satisfação global dos médicos.
Tabela
3 - Relação
entre a satisfação global e as características demográficas
VARIÁVEIS |
VALOR P |
|
|||
|
Satisfeito |
|
|
||
|
SIM |
NÃO |
|
||
Sexo |
|||||
Masculino |
8 (12.9%) |
54 (87.1%) |
|||
Feminino |
18 (17.8%) |
83 (82.2%) |
0.405 |
||
Idade (anos) |
|||||
≤ 39 |
17 (17%) |
83 (83%) |
0.792 |
||
≥ 40 |
5 (13.2%) |
33 (86.8%) |
|||
Situação conjugal |
|||||
Sem companheiro (a) |
12 (16%) |
63 (84%) |
0.833 |
||
Com companheiro (a) |
15 (17.2%) |
72 (82.8%) |
|||
Nº de filhos tutelados |
|||||
≤ 2 |
19 (17.1%) |
92 (82.9%) |
0.619 |
||
≥ 3 |
7 (14%) |
43 (86%) |
|||
Analisando a relação entre a satisfação global e as
características da vida profissional (tabela 4), notamos que, quanto ao local
de trabalho, a maior parte dos médicos que trabalham em hospitais do sector
público afirmaram estar mais insatisfeitos do que os seus colegas que trabalham
em hospitais do sector público-privado (p˂0.001).
Com excepção das variáveis “outro emprego” e tempo
de serviço, notou-se uma associação estatisticamente significativa entre a
satisfação e as restantes variáveis profissionais; em que, na sua maioria,
médicos residentes e os “médicos não especialistas” afirmaram estar mais
insatisfeitos do que os médicos especialistas (p=0. 030);
Os profissionais das especialidades cirúrgicas
afirmaram estar mais insatisfeitos do que os seus homólogos das áreas médicas
como a Medicina Interna, a Cardiologia, a Dermatologia entre outras
(p=0.010); os médicos que relataram ter
um jornada de 60 horas de trabalho por semana ou mais mostraram-se mais
insatisfeitos do que os seus homólogos com jornadas menos longas
(p=0.046).Também foi observada uma associação entre a satisfação e o tempo de
trabalho na unidade hospitalar (p=0.047), com maior proporção de insatisfação
entre os profissionais com menos de 10 anos de trabalho na unidade hospitalar
actual.
Tabela 4: Relação entre a satisfação global e as características profissionais
VARIÁVEIS |
SATISFEITO |
VALOR DE P |
||
|
Sim |
Não |
|
|
Local de trabalho |
|
|
|
|
Público-privado |
16 (42.1%) |
22 (57.9%) |
|
|
Público |
11 (8.7%) |
115 (91.3%) |
<0.001 |
|
Possui outro emprego |
|
|
|
|
Sim |
4 (10%) |
36 (90%) |
|
|
Não |
23 (18.5%) |
101 (81.5%) |
0.205 |
|
Diferenciação profissional |
|
|
|
|
Interno/policlínico |
16 (12.9%) |
108 (87.1%) |
|
|
Especialista |
11 (27.5%) |
29 (72.5%) |
0.030 |
|
Área de especialidade |
|
|
|
|
Médica |
20 (23.8%) |
64 (76.2%) |
|
|
Cirúrgica |
3 (4.2%) |
69 (95.8%) |
0.010 |
|
Carga horária semanal (horas) |
|
|
|
|
≤ 59 |
73 (78.5%) |
20 (21.5%) |
|
|
≥ 60 |
7 (9.9) |
64 (90.1%) |
0.046 |
|
Tempo de serviço (anos) |
|
|
|
|
≤ 10 |
19 (14.4%) |
113 (85.6%) |
|
|
≥11 |
8 (25%) |
24 (75%) |
0.147 |
|
Tempo de trabalho na actual unidade (anos) |
|
|
|
|
≤ 10 |
18 (13.6%) |
114 (86.4%) |
|
|
≥11 |
9 (28.1%) |
23 (71.9%) |
0.047 |
|
Com o presente estudo, procurou-se determinar o
nível de insatisfação profissional, e os resultados revelaram uma elevada
proporção de profissionais insatisfeitos.
O estudo envolveu uma amostra de conveniência
constituída por profissionais das principais unidades hospitalares do país
sedeadas na cidade de Luanda. O perfil sociodemográfico dos participantes é
semelhante ao que tem sido reportado em outros estudos, apontando um certo predomínio
dos profissionais do sexo feminino7,32,33. Para alguns autores, o predomínio do sexo feminino
na área de saúde surge com os movimentos de feminização, que tendem a levar
mudanças na relação da mulher com o trabalho7. Já a faixa etária reflecte o aumento de médicos
jovens nos últimos anos, devido ao aumento da produção local originado pela
criação de novas Faculdades de Medicina no país, o que tem aumentado o número
de jovens médicos. Do nosso conhecimento, é o primeiro estudo realizado em
Angola envolvendo os médicos de diferentes unidades sanitárias do nível
terciário, avaliando os factores associados à insatisfação.
Ao analisar a magnitude de satisfação global, foi
notória uma elevada taxa de insatisfação e apenas 16.5% afirmaram estar
satisfeitos (tabela 1), o que é muito mais baixo do que tem sido reportado em
outros estudos31,34,28. De facto, numerosos estudos têm revelado a
importância da avaliação dos profissionais médicos e vários factores têm-se
mostrado associados à satisfação profissional dos médicos, tais como, por
exemplo, as condições do local de trabalho27, a remuneração34,35 e a relação com os colegas de trabalho36, entre outros.
Contudo, os resultados de diferentes estudos são
controversos quanto aos factores associados à satisfação profissional. Alguns
apontam a influência das características sociodemográficas, além de outros
factores18,37, enquanto outros não encontraram nenhuma relação
entre essas variáveis e a satisfação profissional, apontando apenas as
características profissionais e factores sociais8,31,36. Realce-se que nenhum estudo conseguiu avaliar em
simultâneo todas as variáveis de todos os componentes da satisfação. Embora o
nosso estudo não tenha incluído uma avaliação dos factores sociais, observámos
que, do ponto de vista estatístico, a satisfação foi associada com factores
profissionais, mas não com as características demográficas, indicando que
factores profissionais assumem um papel preponderante para a motivação e, por
consequência, para o bom desempenho profissional dos médicos. Isto é
importante, pois estudos apontam que a insatisfação profissional tem grandes
repercussões na vida do próprio profissional e em outros, como os pacientes,
familiares, colegas de trabalho, inclusive nos estudantes de Medicina e jovens
médicos, no caso dos hospitais-escolas7,13,31.
Analisando as respostas a cada item do questionário
sobre a satisfação dos médicos, houve maior proporção de médicos que relataram
a insatisfação com a remuneração, horas de trabalho, meios de diagnóstico
adequados e a segurança pessoal (tabela 2). A segurança pessoal no local de
trabalho tem sido considerada como um factor fundamental para o desempenho das
actividades, uma vez que é subjacente à protecção do trabalhador contra os
riscos da saúde, promovendo a redução ou a eliminação de acidentes e outros
eventos adversos no meio ambiente de trabalho38.
Além das medidas de segurança pessoal, os meios
disponíveis para fazer diagnósticos correctos e completos são necessários para
o bom desempenho da actividade médica, com impacto na qualidade de serviço
prestado e levar ou não ao stress do profissional. Por exemplo, existe a
opinião de que as más condições de trabalho podem causar stress nos médicos,
podendo afectar, de forma negativa, a relação médico-paciente e aumentar a sua
insatisfação com o trabalho 7.
No entanto, nem sempre as más condições de trabalho
são conhecidas pelos pacientes, seus familiares, assim como pelos órgãos de gestão hospitalar,
que muitas vezes
exigem a qualidade
de serviço prestado, mesmo com a carência de recursos materiais, o que pode
levar a situações de stress, frustração e à insatisfação profissional.
No nosso estudo, notamos uma elevada proporção de
médicos que relataram insatisfação com as horas de trabalho, o que, por si só,
pode afectar a produtividade das instituições avaliadas. Alguns estudos têm
revelado que, nos profissionais de saúde, a sobrecarga de trabalho pode levar
aos piores resultados assistenciais e à insatisfação dos pacientes; e uma
combinação entre sobrecarga de trabalho e insatisfação profissional pode estar
associada ao desenvolvimento de Síndrome de burnout4,39,40.
A sobrecarga de trabalho tem sido analisada sob
diferentes perspectivas e ela pode gerar um ciclo vicioso deletério à vida
pessoal e profissional, pois, uma jornada laboral longa não permite aos médicos
terem um equilíbrio entre a vida pessoal e as actividades profissionais. Foi
sugerido que profissionais com sobrecarga de trabalho têm prejuízos na
realização das actividades físicas e de lazer, o que potencializa os efeitos
deletérios do stress e cansaço inerentes às actividades laborais, culminando
com o prejuízo da saúde física e mental, reduzindo assim a satisfação
profissional 7, com um grande impacto negativo na vida pessoal e
familiar dos profissionais41.
Além da intensa jornada laboral dos profissionais,
os resultados do presente estudo demonstraram uma grande insatisfação dos
médicos com a remuneração. Esse fenómeno faz com que os profissionais busquem
outras actividades laborais suplementares, o que aumenta o risco de adquirirem
problemas de saúde, prejudicando a sua qualidade de vida, comprometendo a
qualidade de assistência prestada aos utentes dos serviços de saúde7. No presente estudo, observamos que 23.2% dos
médicos trabalhavam simultaneamente em instituições públicas e em instituições
público-privadas (tabela 4), provavelmente na busca de uma melhor remuneração,
o que pode trazer efeitos negativos, tanto na qualidade de serviço prestado
como na vida profissional dos médicos, a curto e médio prazo, pois, estudos têm
mostrado que a sobrecarga de trabalho pode afectar a saúde dos profissionais3,4,5,9
Sendo um critério para analisar o bem-estar, o
salário é um aspecto fundamental da vida das pessoas. De acordo com a teoria de
Hemberg, a remuneração desempenha um papel muito importante na motivação dos
profissionais34. A semelhança do nosso achado, os resultados de
estudos realizados no Brasil revelaram um baixo nível de satisfação com a
remuneração. Nos funcionários públicos de diferentes Estados, verificou-se que,
nos locais com as melhores ofertas de factores motivacionais extrínsecos e
intrínsecos, ocorreram os menores índices de evasão e maiores índices de
satisfação, mas o inverso foi observado nos Estados com piores ofertas34,42.
Em relação à carreira, o nosso estudo revelou que a
maioria dos médicos se encontravam satisfeitos com a especialidade. Entretanto,
quando questionados se voltariam a escolher o curso de Medicina, quase metade
respondeu de forma negativa. Embora seja uma proporção surpreendentemente
elevada, mesmo assim esses resultados são ainda mais baixos quando comparados
com os resultados de estudos realizados em outros países, onde os profissionais
apresentavam altos níveis de satisfação profissional e apenas manifestaram a
sua insatisfação com alguns aspectos relacionados com o exercício da profissão9,31,40. Os nossos achados, confrontados com os resultados
dos estudos acima referidos, indicando que, para os profissionais médicos, a
satisfação das condições profissionais assume um papel determinante para
continuar a prestar o seu saber em prol da vida, e a recompensa salarial vem
reforçar essa sua motivação profissional e, consequentemente, conduzir a um
melhor desempenho.
Os resultados de um outro estudo
realizado por pesquisadores americanos mostraram que a insatisfação relacionada
com a autonomia clínica, os desafios na prática da actividade clínica e o
stress estavam associados a altos níveis de Síndrome de burnout43. O nosso estudo não se propôs investigar a Síndrome
de burnout nesta população médica, porém, o alto nível de insatisfação
profissional observado aponta para a necessidade de avaliações específicas
deste fenómeno entre os médicos angolanos.
Relativamente à associação entre a satisfação global
e o grau de diferenciação profissional, no nosso estudo notou-se uma maior
proporção de médicos residentes e “médicos não especialistas” insatisfeitos do
que os especialistas (tabela 4), o que era expectável, tendo em conta que
geralmente os profissionais mais diferenciados têm melhores ordenados e
oportunidades de colaboração em outras instituições com melhores condições de
trabalho e de remuneração. Por outro lado, considera-se que a formação, após a
licenciatura em Medicina, tem a característica de ser uma fase muito
estressante, pelas suas características e exigências, uma vez que este é um
novo período de aprendizagem caracterizado por muitas horas de trabalho e a
particularidade de lidar constantemente com novas situações assistenciais
complexas e com a falta de experiência, o que torna mais difícil a situação
profissional dos jovens médicos44.
Por outro lado, verificámos que os médicos com mais
de dez anos na actual unidade mostraram-se significativamente mais satisfeitos
em relação aos seus colegas. A interpretação deste achado é complexa e poderia
ser justificada, em parte, pelo facto de os médicos com mais tempo de trabalho
numa determinada instituição estarem acostumados com as condições de trabalho,
mesmo que deficientes; e, possivelmente, sejam os que têm mais oportunidades de
buscar as outras alternativas de colaboração em outras instituições para
melhorar a sua renda e, por isso, se tornarem alienados e habituados às
deficiências no ambiente de trabalho, parecendo estarem satisfeitos.
O presente estudo apresenta limitações inerentes ao
seu carácter transversal, impossibilitando a inferência de causalidade. Por
outro lado, outros factores não avaliados neste estudo podem ter interferido na
satisfação dos profissionais, tais como, por exemplo, o reconhecimento
profissional, mudança salarial, relacionamento com os colegas de trabalho e
obrigações académicas, entre outros factores5,27,28,45,46, que exercem influência sobre o grau de satisfação
dos médicos. Finalmente, embora o estudo tenha avaliado os profissionais das
principais unidades sanitárias do país, o facto de ter sido realizado em
amostra de conveniência, não permite a generalização para a população médica do
país.
CONCLUSÃO
Os factores de
insatisfação mais relatados são os atinentes a remuneração, horas de trabalho,
disponibilidade de meios de diagnósticos adequados e a segurança pessoal. Com
excepção do tempo de serviço e colaboração em outro emprego, a insatisfação foi
associada com as restantes variáveis
da vida profissional e não com as variáveis demográficas dos médicos.
Os resultados deste estudo sugerem a necessidade de
uma maior atenção e ajuste de políticas que visam a satisfação das componentes
social e profissional dos médicos para manter a sua motivação para o trabalho e
a consequente melhoria da qualidade dos serviços prestados.
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ISSN (Online): 2789 - 2832 / ISSN (Print): 2789 - 2824
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